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Marcela Helena Jahjah

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Best Posts by Marcela Helena Jahjah on LinkedIn

Surdo na loja:
Sou surdo, por favor, fale devagar pra eu fazer leitura labial.

Atendente:
Fica sem reação.
Olha para os lados, em pânico.
Começa a falar mais alto, grita.
Gesticula, faz mímicas.
Dá risada.
Trata o surdo como se tivesse 5 anos.
Trata o surdo como se tivesse problemas mentais.
Chama outra pessoa pra ajudar.

Tudo, menos falar devagar.

É tão difícil assim?

Setembro Surdo. Nós existimos!
Hoje eu estava na Av. Paulista quando ouvi um som muito suave.

Tenho surdez profunda e são raros os sons que me chamam atenção.

Mas aquele som me enlevou. Era um homem tocando saxofone.

Fiquei lá por alguns minutos, sentindo a música.

Como meu aparelho auditivo não capta todas as frequências, eu mais “sinto“ a música do que “ouço“.

Fico imaginando as notas musicais, os acordes e como a música soa para os ouvintes.

Peguei a música e trouxe-a para dentro do meu coração. Como será o mundo dos ouvintes, com todos esses sons, eu pensei?

Será que o barulho do tráfego encobre as notas musicais ou não? Como eles distinguem cada uma? Parece muito difícil...

Eu tive um namorado pianista e ele tentou, algumas vezes, me explicar a diferença entre as notas musicais.

Entendi que algumas são mais graves e outras mais agudas, porém, quando escuto, tudo se “mistura“ e fica meio confuso pra mim.

Por isso, não gosto de muitos instrumentos tocados juntos, eles soam como uma cacofonia de sons para mim. Mas gosto de algumas músicas tocadas ao piano.

Confesso que presto mais atenção às expressões do(a) pianista tocando do que à música. Fico tentando associar a música aos sentimentos da pessoa que toca.

Também costumo assistir ópera pelo YouTube e fico olhando as expressões faciais dos cantores, tentando entender quando a música sobe, desce ou muda de tom.

Assisti “O Fantasma da Ópera“ quando era adolescente. Não ouvi nem entendi muito bem, mas achei magnífico!

Minha alma foi tocada de uma forma profunda naquela ópera, porque lembro de ter chorado e sentido a mesma enlevação que senti hoje...

Às vezes eu entro rapidamente no mundo dos ouvintes e imagino: é assim que deve ser. E isso, de alguma forma, me toca profundamente.

Acredito que música, mais do que som, é alma.

E a alma, você não precisa ouvir para sentir...
Eu sou surda e NÃO sou a favor da cota PCD (pessoas com deficiência)!

Vou explicar em 5 porquês:

➡️ 1- Na faculdade, procurando estágio, achei alguns que gostei. Mas não pude me inscrever, porque eram para pessoas sem deficiência. Eu só poderia me inscrever nos estágios com cota PCD.

Comecei minha carreira sendo excluída dos estágios que eu queria. Que auspicioso! 😒

➡️ 2- Anos depois, prestei concurso. Eram 100 vagas no total, sendo 5% reservadas para PCD (5 vagas).

Nas vagas “normais”, eu poderia ficar em até 95º lugar e ser aprovada.

Mas nas 5 vagas PCD, eu tinha que ficar entre os 5 primeiros. Se ficasse em 6º lugar, adeus!

Há concursos com 5 vagas totais e ZERO vagas PCD. Quando há poucas vagas, não cabe cota PCD e não podemos concorrer. É a inclusão em ação! 🤥

➡️ 3- Passei no concurso (escrevente) e me alocaram no cartório pra atendimento ao público. Eu, surda, atendendo ao público, combina perfeitamente, não acham?

As pessoas contratam pela cota PCD, mas não fazem as adaptações necessárias. Acessibilidade que chama né? 😤

➡️ 4- Me contrataram em uma renomada instituição de ensino após duas entrevistas em inglês, redação em português e inglês, testes de matemática, raciocínio (i)lógico e apresentar meu certificado de ex-engenheira da NASA.

Mas eu estava lá só cumprir a cota e, sem saber que serviço me dar, me colocaram para preencher planilhas o dia todo. Oportunidade de crescimento que fala, né? 🤬

➡️ 5- Uma ex-chefe me obrigou a ir em um evento corporativo sem intérprete de Libras nem legendas, mesmo eu falando que não queria. Fiquei a tarde toda em um auditório lotado, sem entender nada.

Questionei no RH. Me mandaram embora 2 semanas depois. Nada como uma cota pra garantir que vão te respeitar! 🙄

Hoje trabalho como ghostwriter e dou mentorias de conteúdo e de comunicação, para pessoas que estão mais interessadas no potencial do meu trabalho do que nas limitações da minha surdez.

A primeira vez que um cliente me elogiou, dizendo que sou “brilhante”, fiquei uns 5 minutos olhando a mensagem. ❤️

Foi difícil acreditar, depois de 20 anos no mundo corporativo sendo diminuída.

A cota me garantiu “acesso forçado” a algumas instituições.

Mas nenhuma dessas “oportunidades” me permitiu ser brilhante.

Será mesmo que a cota PCD é a melhor solução para a inclusão?
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