Neste domingo, nós perdemos um grande exemplo dessa relação de tempo de vida X produtividade.
Uma excelente comunicadora.
Uma estrela, amada por tantos, e um ícone de reinvenção e trabalho: Palmirinha Onofre, 91 anos.
Em julho de 2022, longe da TV, mas ativa no ramo empresarial, a cozinheira que vivia na zona sul de São Paulo recebeu a reportagem de O Tempo (“com pãezinhos de queijo e calabresa de sua mais nova linha culinária”).
O apartamento, de acordo com o texto, tinha 50m2, estava decorado com várias imagens de Nossa Senhora Aparecida e tinha um quartinho reservado para uma de suas três cuidadoras dormir.
Disse Palmirinha: “Estou com a saúde muito boa. Como bem, durmo bem e tenho carinho de todo mundo. Às vezes, a gente levanta indisposta, toma um comprimido que adormece um pouquinho, mas estou ótima. Tomo banho sozinha, me troco”.
Sobre o trabalho e a idade avançada, prosseguiu: “Você sabe que está velha, mas eu não me sinto assim. Faço coisas que as meninas que me auxiliam ficam bravas. Ajudo a limpar a casa. Quero ter a vida que eu tinha antes e, infelizmente, tenho que por na cabeça que não sou mais como eu era. Às vezes, falha um pouco minha memória, mas acho que está tudo bem. Não quero dar trabalho para as minhas [três] filhas”.
Por fim, emocionada, falou do valor da família: “Representa tudo na minha vida. Sou realizada. Na hora que eu for embora, não vou levar mágoa de ninguém (Palmirinha chora)”.
Palmirinha foi exemplo de humildade, simpatia, comunicação acessível a todos, amor à profissão e sucesso por onde passou.
Vá em paz.
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