Rodrigo Barreto

Ser Engenheiro no Brasil não é fácil.

Pensa comigo.

Você estuda pelo menos 5 anos.

Boa parte trabalha para pagar a faculdade e leva até 10 anos para se formar.

A indústria não te dá oportunidade de estágio.

Você se contenta com um estágio na própria faculdade, não remunerado ou fora da área.

Vai para o mercado e encontra 1 vaga para cada 50 formados.

A vaga é para Analista.

Vaga de Engenheiro é 1 para cada 100 ou 200.

Sem experiência, sem chance.

Você “escolhe” (entre as aspas porque não dá pra chamar de escolha quando só existe uma opção) permanecer na Universidade.

Alguns anos mais, você vira Mestre e depois Doutor.

Comemora com um sorriso amargo.

Mais por alívio de ter acabado a tese do que por realização de fato.

O mercado não considera seus 5 ou 10 anos de Mestrado e Doutorado como experiência.

Preferem te chamar de overqualified.

Você continua estudando e fazendo pós-doc atrás de pós-doc.

Vira Professor(a).

E vai preparar a próxima safra de Engenheiros e Engenheiras sem experiência que virá daqui a alguns anos.

Eu não vejo uma solução que não passe por um novo modelo de ensino e novas filosofias de recrutamento para Engenheiros e Engenheiras.

Você vê?

#engenharia #universidades #estágio #indústria

Acabo de aprender uma nova lei aqui do Texas.

Bebidas alcoólicas não podem ser vendidas no domingo antes do meio-dia.

Eu estava no caixa às 11:58am.

Falei que não conhecia a lei e a caixa, educadamente, me explicou.

Propus ir para trás da fila para o tempo passar.

As duas pessoas que estavam atrás de mim sugeriram aguardar os dois minutos que faltavam.

Ambos tinham bebidas alcoólicas em seus carrinhos também.

A caixa tentou passar ao meio-dia e não conseguiu.

Só foi possível às 12:01pm.

3 minutos de conversa por trás das nossas máscaras (que são lei em locais públicos agora também, com multa de $1.000 para quem violar) e finalmente consegui passar.

Agradeci a todos e recebi em uníssono:

Welcome to Texas.

Leis existem para ser seguidas, independente de você concordar com elas ou não.

Quando que pararemos de usar leis apenas como “recomendação” no Brasil?

Se você também se emocionou com a gente, comenta aqui embaixo.

O que os avós representam para você?

#rodrigobarreto #família #sonho #avós #união #abraço

Qual a maior vantagem que o home office trouxe a você?

Para mim, sem dúvida, é estar a dois passos do que realmente importa.

Final de tarde aqui em Houston.

#homeoffice

Regras impostas

Chupeta não pode. Telas antes dos 2 anos nem pensar. E nem depois. Colo demais deixa as crianças mimadas. Açúcar nunca. Amamentação exclusiva. Introdução alimentar. Desfralde. Uma lista infinita de imposições que inserem limites sociais ao custo do desprezo das circunstâncias de cada família.

Somos uma geração de pais criados com tudo isso que hoje negamos aos nossos filhos. Atribuímos, de forma exageradamente ingrata, nossas frustrações na vida a essas pequenas coisas que nos foram dadas com tanto carinho na infância.

Como se a insatisfação com o nosso corpo hoje fosse culpa do Nescau nos Domingos de manhã. Como se a falta de disciplina fosse resultado das maratonas de Sábado animado na TV. Como se o insucesso na profissão fosse resultado do excesso de colo que ganhamos de pais e mães que sempre deram o seu melhor por nós.

Quanta ingratidão com os nossos pais. Quanta indiferença com os nossos filhos.

As regras de parentalidade da sociedade moderna nos limitam e nos cansam. Impedem uma convivência mais harmoniosa, com mais alegria, com afeto e carinho. Impedem o puro amor que a infância mais precisa. O medo dos julgamentos faz com que muitos façam as coisas “que não podem” escondidos. Uma família que esconde prazeres cotidianos para aparecer com resultados socialmente aprovados se fortalece de mentiras. Que sociedade construiremos assim?

Que criança não quer um Domingo de sofá, com bolacha recheada, mamadeira e desenho na TV, no colo aconchegante dos pais? Que pai e que mãe não quer viver um momento como esse, de puro amor (e um pouco de silêncio), curtindo a nostalgia daquela infância que agora pode ser vivida pelos filhos, mas que a sociedade atual insiste em proibir?

Estamos nos perdendo nos excessos. Excessos de proibições. Excessos de julgamentos. Excessos do que parecemos ser ao custo do excesso do que realmente somos.

O único excesso que esquecemos de nutrir é o excesso de amor. Aquele que acontece no colo aconchegante de um Domingo de manhã, com o sofá bagunçado de travesseiros e cobertores e o coração abastecido de paz. Paz por viver o que somos sem nos preocuparmos com o que aparentamos ser.

Marque um pai e uma mãe que precise ler esse texto.

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