Já percebeu a arrogância corporativa de algumas pessoas que alcançam um cargo razoável dentro de uma grande empresa? E nem precisa ser o topo, basta a primeira gerência.
Aquele crachá tem um peso maior do que um fisiculturista levanta no supino. O sobrenome é substituído por “Fulano, gerente nacional da empresa X“. Isso sai da sua boca como a nota mais alta alcançada pela Whitney Houston em sua carreira.
Trabalha longas horas, resolve tudo, nada lhe escapa, domina toda a operação, é firme com todos, ninguém o desafia.
É a representação do Superman. Mas, assim como o herói, tem a sua criptonita: o seu chefe.
Este tem o poder de baixar sua crista, selar sua voz, tirar seu sorriso debochado do rosto e mostrar aquilo que é tão óbvio: esse crachá não é seu; este cargo não lhe pertence, você é quem pertence a ele.
A qualquer momento e por uma decisão “estratégica”, tchau. O crachá ficará sob a mesa (que também não era sua) e seu acesso ao prédio da empresa deverá ser desautorizado. Acabou.
A partir de agora, você volta ao jogo e, por vezes, estará na mesma fila de currículos daqueles que você humilhou e demitiu, sem dar a oportunidade para que se desenvolvessem e mostrassem o seu potencial.
O crachá não é seu. A sua reputação, sim.
Eu sei que você batalhou muito para chegar onde está. Mas, lembre-se, não foi por exclusivo mérito seu. Alguém te promoveu. Os resultados alcançados carregam um grupo de pessoas que lhe impulsionou. O mérito jamais será apenas nosso.
Sendo assim, tenha a dignidade de dar oportunidade para que as pessoas possam trilhar um caminho digno, sem que tenham que fazer todas as suas vontades para isso. Que possam lhe questionar, apontar seus erros e exageros.
Não orgulhe-se do seu poder, isso é ego. Batalhe pela sua autoridade, isso é conquista!